Visualização de Dados: O Futuro em Construção

Em um mundo cada vez mais orientado a dados, saber extrair as informações certas e ser capaz de gerar insights valiosos a partir delas é fundamental para qualquer negócio.
Desde pequenos empreendimentos a grandes corporações, tomar decisões ágeis e inteligentes é imprescindível para minimizar falhas e maximizar ganhos, com foco no crescimento das operações.
Contudo, esta missão tem se tornado cada vez mais desafiadora.
A fronteira entre o mundo físico e o digital está se dissolvendo gradualmente, como descreve Kotler e companhia em ‘Marketing 6.0: The Future Is Immersive’, o que aponta para uma sofisticação nas dinâmicas entre consumidores e marcas, e para a geração de dados mais complexos. E é neste contexto que a visualização de dados entra como uma área ainda mais estratégica.
Visualização de dados (ou ‘dataviz’) é o campo de atuação que trata da representação visual de dados. Por questões de viabilidade e funcionalidade, utiliza-se recursos visuais, como gráficos e mapas, para sistematizar e exibir dados de modo compreensível para os seres humanos.
Neste artigo, selecionamos três áreas da visualização de dados que ainda precisam ser mais exploradas e desenvolvidas. Vale deixar registrado que há muitas outras, e recomendamos que se atente às tendências deste universo.
Acessibilidade e Inclusão
Um dos pilares do dataviz (e talvez o mais importante) é a eficiência.
O gráfico ou o slide perfeito não é o mais bonito ou o mais arrojado, mas sim aquele que comunica o que precisa ser comunicado de maneira acessível.
Em um cenário ideal, a sua audiência entende a mensagem dos dados de forma fácil e rápida, sem a necessidade de elevada carga cognitiva.
Um desafio que enfrentamos ainda hoje é que muitos dashboards, relatórios, sites e demais conteúdos digitais são construídos sem considerar o fator diversidade.
Recentemente, publicamos o artigo Série Visualização de Dados - 3. Inclusão na Visualização de Dados com foco na criação de dashboards amigáveis para pessoas daltônicas. Cabe também destacar demais grupos que devem ser considerados:
- Pessoas com outras deficiências visuais, como cegueira e baixa visão
- Pessoas com deficiências motoras
- Pessoas neurodivergentes, como TEA, TDAH e dislexia
Nesse contexto, precisamos nos reinventar e pensar novas formas de dispor informações, de modo a integrar as ferramentas e estratégias de visualização de dados com tecnologias assistivas.
Como exemplo, o website da Zara, da indústria de moda varejo, conta com uma seção de acessibilidade com inúmeros recursos, tornando possível adaptar preferências de navegação, como leitor de tela, luminosidade e tamanho/cor de elementos visuais, segundo as necessidades dos mais diversos perfis. Será que as ferramentas de BI não podem (e devem) evoluir nesse sentido?


Integração com IA
A inteligência artificial tem promovido grandes transformações em diversas indústrias e segmentos, revolucionando a forma como sociedade e tecnologia interagem. A frente de visualização e análise de dados não é uma exceção.
Fechamos o tópico anterior, “Acessibilidade e Inclusão”, falando sobre adaptabilidade como uma evolução para dashboards - isto é, visualizações capazes de se adequar a perfis diversos, considerando fatores como saúde, faixa etária e grau de instrução.
Ainda neste contexto, pode-se imaginar o quão vantajoso seria ter painéis e relatórios que se adaptem também a perfis diversos de negócios, ajustando métricas e visões de acordo com cargo e departamento do usuário.
Sem dúvidas, promover uma navegação hiper personalizada e garantir que a informação certa chegue a pessoa certa é o sonho de todo analista de BI.
Tamanho dinamismo pode parecer algo super complexo, mas para a IA as possibilidades são infinitas. Atualmente, ferramentas já bastante conhecidas no mercado - Power BI, Looker, Tableau, Chat GPT, entre outras - estão evoluindo a partir da IA generativa, não só gerando insights em linguagem natural e de forma automática a partir dos dados disponíveis na interface, mas também gráficos para responder dúvidas de negócio.
Exemplo do Tableau Pulse, gerando insight e visualização para responder uma pergunta de negócio.

Fonte: Tableau Pulse: Proactive Answers to Your Common Business Questions with Automated Insights
Contudo, ainda há muito o que evoluir, não só em termos de recursos ainda a serem desenvolvidos, mas também na confiabilidade e transparência dessas informações. Para gerar os melhores resultados, o trabalho entre IA e humano precisa ser conjunto.
Novos tipos de dados
A maioria dos gráficos e demais recursos visuais que utilizamos hoje, bem como softwares para dataviz high e low-code, funcionam adequadamente para bases de dados convencionais, organizadas em linhas e colunas. Contudo, em um mundo onde o desenvolvimento tecnológico está a todo vapor, temos visto o surgimento de novos formatos de dados que não são comportados por essas configurações atuais, como dados de transações blockchain e criptomoedas, de internet das coisas (IoT) e, principalmente, de redes sociais (textos, imagens, interações), que desempenham hoje um papel central na estratégia de pequenos, médios e grandes negócios.
Por exemplo, a tecnologia blockchain e o mercado de criptomoedas geram um grande volume de transações descentralizadas. Nesse cenário, a visualização de dados desempenha um papel de grande importância, permitindo interpretar essas informações de forma clara e eficiente. Uma das principais soluções do dataviz para blockchain é o uso de gráficos de rede interativos, que ajudam a mapear as conexões entre carteiras, apresentar fluxos de transações e identificar padrões suspeitos, como esquemas de fraude e lavagem de dinheiro.
Além disso, dashboards que exibem fluxos financeiros em tempo real são úteis para visualizar o volume de transações, taxas de rede e tendências do mercado de criptomoedas. A Etherscan, por exemplo, é uma ferramenta analytics criada para este fim, e faz o acompanhamento da movimentação de ativos em redes blockchain de forma transparente e acessível.
Estes dados demandam não apenas estruturas e gráficos mais arrojados, mas principalmente processamentos mais eficientes e ágeis. Quanto mais a realidade “se virtualizar”, mais dados diferenciados vão surgir. Com os softwares que utilizamos atualmente no universo de negócios tradicional, estamos preparados para recebê-los e consumi-los?
Conclusão
Neste artigo, abordamos três tópicos crescentes dentro da visualização de dados: acessibilidade e inclusão, inteligência artificial, e dados não estruturados.
Observa-se que o futuro do dataviz aponta para tendências globais comuns a outras indústrias e campos de atuação, com foco em automação, dinamismo e efetividade, tendo por essência uma abordagem user-centric.
A evolução da visualização de dados exige ferramentas e estratégias cada vez mais avançadas para transformar informações em insights acionáveis. Na DP6, somos especialistas em data visualization e podemos ajudar sua empresa a estruturar dashboards mais acessíveis, inteligentes e adaptáveis às novas demandas do mercado. Entre em contato conosco e descubra como podemos potencializar sua análise de dados com as melhores tecnologias e práticas do setor!